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quinta-feira, 4 de maio de 2017

O Mestre da Masmorra

Apresentando a Fantasia Gótica

A alta fantasia e fantasia medieval é sem duvidas o gênero mais querido dos jogadores para RPG, grande influencia esse gênero recebe de obras conceituadas como O Senhor dos Anéis, as obras de espada e magia como Conan o Bárbaro que moldam e remoldam as preferencias dos leitores e rpgistas sendo também influenciadas por eles, na década de noventa um estilo estava em alta com rpgs como Arkanun que era a fantasia gótica, termo bastante utilizado em vários gêneros de cenário em especial os "punks".

Um estilo que sempre me fazia pensar, punk é um estilo chamativo, berrante e porque não? bonito. O estilo gótico é quase contrario, sombrio, austero, se impondo pela grandeza e não pela aparência, enquanto o estilo punk chama a atenção por cores, vestimentas e visuais o estilo gótico rouba essa atenção por intimidação e grandiosidade.

Cenários como vampiro a mascara conseguiram casar muito bem esses dois estilos, hora destoando um ou outro, hora mostrando uma bela união dos mesmos, tão orgânico e bem feito foi a junção desses estilos tão conflitantes que hoje em dia o "punk gótico" quase sufoca qualquer tentativa de criar um cenário com esses estilos separados, uma boa tentativa de separar o punk de outro estilo que fusionou tão bem com ele que hoje é quase que indissociável é o cenário dos reinos de ferro, com sua fantasia forjada em metal, tão próximo mais tão diferente do steampunk que muitos não veem a diferença.

O Que é Fantasia Gótica?

Um cenário de fantasia gótica é terrível e ao mesmo tempo sedutor, ele é fechado e misterioso para os que olham por fora, grandioso e intimidador para os que o conhecem, aventuras em cenários desse estilo devem refletir o clima exótico e exclusivo que os mesmos possuem. Tanto os jogadores quanto os mestres devem entender e saborear o medo e o terror palpáveis que caracterizam um jogo ambientado em um cenário de fantasia gótica.

"Não precisa ser estranho pra ser assustador"


Castelos gigantescos, pântanos devastados, estradas esquecidas, lobos uivando, sinais de mau-agouro, coisas que assombram a noite e matam de formas horríveis estão a solta fora e dentro das cidades, fora e dentro das casas.

Mesmo criaturas que parecem familiares à primeira vista tornam-se um pouco mais sinistras e letais dentro do contexto da fantasia gótica.

Contudo o mestre e os jogadores devem entender que o medo e horror são mais do que sangue e carnificina. O arrepio que desce pela sua espinha quando passos vindos do lado de fora do quarto o acordam e você sabe que está sozinho o repentino soar de um trovão sacudindo todos os seus ossos enquanto atravessava um campo deserto e a sensação torturante de que "algo" está vigiando cada um de seus movimentos, esses são elementos que provocam medo genuíno nos personagens dos jogadores. Exemplos do clima de cenários góticos.

Como Tratar os Monstros

Mesmo criaturas comuns podem se tornar seres estranhos e apavorantes, embora muitas criaturas "normais" habitem qualquer cenário de fantasia não é raro que a magia e atmosfera do mundo alterem suas características de maneira a combinar melhor com o sabor do cenário, no caso dos góticos mesmo animais normais podem se tornar ameaças sobrenaturais e ate mesmo para aventureiros. A degeneração da natureza é um tema que lobisomem o apocalipse abordou de forma espetacular sendo também uma grande fonte de inspiração para tratar animais comuns como inimigos, com um pouco de imaginação os cães, gatos, morcegos e cavalos não podem ser considerados inofensivos.

"Ações também criam monstros"


Ignorar regras mais clássicas embora não tão importante e modifica-las também é uma ótima forma de se chegar ao resultado desejado de passar a atmosfera maligna de um cenário, construtos são vistos de forma muito comum em cenários de fantasia tradicional, contudo eles são em suma a manifestação do desejo dos magos de brincar de deus e criar criaturas vivas a partir de matéria inorgânica. Em mundos com atmosfera sombria ao invés de serem reanimados através de um processo tedioso e caro, muitos construtos podem receber uma parodia de vida apenas graças à força de vontade e aos desejos sombrios de seus criadores ou pela vontade de poderes sombrios do mundo, falando em poderes sombrios do mundo.

Seres mágicos no geram transmitem a natureza da magia do mundo, fadas são o melhor exemplo para se usar como criaturas distorcidas quando nascidas em cenários de fantasia gótica, inspiração para isso pode vir dos contos de fadas originais sendo que o importante de um encontro com fadas em mundos distorcidos é que  o "povo belo" causa terror duradouro na vida das pessoas por sua distancia dos mesmos, usualmente fadas veem pessoas como pessoas veem ratinhos bonitos, mais que se por acaso se mostrarem um incomodo não vão exitar em mata-los.

"Já ouviu gritos na velha casa da sua rua? sabe então como é quando eles ocorrem de madrugada"


O maior terror oculto contudo talvez seja o terror que se esconde a vista, cenários góticos costumam mudar homens de coração perverso para algo mais (ou menos) que humano, criaturas que caminham sobre duas pernas e que compartilham muitas características físicas com humanos ou semi humanos geralmente são vistas por jogadores como seres próximos em inteligencia e índole. Não cometa o erro de supor que essas semelhanças levam a tal compatibilidade, criaturas semelhantes a humanos tiram vantagem de sua aparência para cometerem crimes e causar morte sem serem notados, como Gollum de senhor dos anéis, um monstro desprezível que chegava a comer infantes, mais por sua aparência e modo de apresentar-se as pessoas costumam vê-lo como alguém inocente, decididamente tais criaturas, não são humanos, o choque inerente da descoberta de um predador oculto ou de um lobo em forma humana é um elemento do terror que mestres podem usar para enfatizar a maldade do cenário.

Abolir o "Punk"?

Não pretendo com isso discutir qual é a melhor abordagem a se fazer em cenários, eu mesmo não gosto tanto do horror pessoal e visceral dos títulos da editora white wolf tanto assim, contudo cá estou eu os recomendando, com o texto aponto apenas uma possibilidade de abordagem, uma diversificação de temas comumente tidos como indissociáveis e deixo a perspectiva de verem como um desses temas funcionaria em separado.

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