Powered By Blogger

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Masmorra Bagunçada

Poema 

Jhor da bússola louca


Dizem um homem é feito de cais

Mas ele é mar, atraca jamais 

No lombo das ondas veio a nascer

Filho do vento sem porto a descer

Com bússola torta, sem rumo sem caminho

Fez da própria vida uma sina um destino 

Navios afundou com um olhar

Fez pactos e a morte veio a desafiar 

Roubou corações, tesouros e fé 

Mas dorme sozinho em rede de maré 

Traído mil vezes. Rindo mais mil

Um riso de louco, um olhar infantil 

Fez guerra a deuses e monstros do mar

Desceu ao inferno é chegou a voltar

Seu barco é maldito mas também seu lar

Em sua alegria um lamento ah ecoar

Ergamos as canecas á Jhor o sem fim

Que dança no abismo e brinda o motim

Na beira do mundo ele foi naufragar 

Só pra rir das estrelas e então retornar

Rei dos traidores, senhor do arpão 

Foi lorde pirata, um trono em vão 

Jhor nunca quis trono, paz ou poder

Só navegar livre sem ter que escolher 

Enquanto o mundo ruía o mar o chamava 

Pela bússola louca seguia onde ela apontava

Ergam as vozes por Jhor o imortal

Que zombou da tormenta e do vendaval 

Com o mar nos olhos ele foi navegar 

Viu o fim do mundo e quis recomeçar 

Hoje ele vaga onde não há chão 

Cantando sozinho com o mar no coração

A lenda o persegue o tempo também 

Mas ele sorri como quem já morreu e percorreu o além

E se um dia o sol resolver se afogar 

Jhor o trará de volta, só pra negociar

Nenhum comentário:

Postar um comentário