Poema
Jhor da bússola louca
Dizem um homem é feito de cais
Mas ele é mar, atraca jamais
No lombo das ondas veio a nascer
Filho do vento sem porto a descer
Com bússola torta, sem rumo sem caminho
Fez da própria vida uma sina um destino
Navios afundou com um olhar
Fez pactos e a morte veio a desafiar
Roubou corações, tesouros e fé
Mas dorme sozinho em rede de maré
Traído mil vezes. Rindo mais mil
Um riso de louco, um olhar infantil
Fez guerra a deuses e monstros do mar
Desceu ao inferno é chegou a voltar
Seu barco é maldito mas também seu larEm sua alegria um lamento ah ecoar
Ergamos as canecas á Jhor o sem fim
Que dança no abismo e brinda o motim
Na beira do mundo ele foi naufragar
Só pra rir das estrelas e então retornar
Rei dos traidores, senhor do arpão
Foi lorde pirata, um trono em vão
Jhor nunca quis trono, paz ou poder
Só navegar livre sem ter que escolher
Enquanto o mundo ruía o mar o chamava
Pela bússola louca seguia onde ela apontava
Ergam as vozes por Jhor o imortal
Que zombou da tormenta e do vendaval
Com o mar nos olhos ele foi navegar
Viu o fim do mundo e quis recomeçar
Hoje ele vaga onde não há chão
Cantando sozinho com o mar no coração
A lenda o persegue o tempo também
Mas ele sorri como quem já morreu e percorreu o além
E se um dia o sol resolver se afogar
Jhor o trará de volta, só pra negociar


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