A Bruxa do Bosque Oco
Nem todo poder vem da escuridão, existe aquele que nasce da beleza ou apodrece nela. Harrowmere é uma terra de batalhas e grandes cavaleiros, apesar dos problemas de sucessão e dramas que vive a casa de Harrowmoor eles continuam seu dever, ser um escudo contra as forças do Nag Lord e sua raça de escravos, diante de feudos tão voltados ao combate é mais que natural que existam aqueles que mais que tudo, temam as fadas, temam o bosque, não fossem por velhos acordos com Drunes ou mesmo o medo da retaliação severa pelos misteriosos senhores daquela parte do grande bosque obscuro, onde a nevoa nunca se levanta não importando o quão frio o dia se apresente, é possível que os cavaleiros já tivessem queimado o bosque ate pelo menos 100 metros das vilas ou pelo menos das muralhas.
Mas nem todos tinham esse medo folclórico e paralisante, Wynna, a jovem filha de um boticário local, sempre se mostrava fascinada por historias envolvendo as fadas do obscuro bosque, suas artimanhas, seus desejos quase infantis ou perversos, sua majestade e seu poder. Wynna também dizia que ouvia coisas no bosque, sussurros, canções, risos, alguns levavam a serio mais quase todos diziam que ela sonhava ou ouvia demais, muitos mais sensíveis raramente notavam quando ela dizia que algo estava "tocando uma musica" na mata ou coisa semelhante, isso se passou por anos ate que Wynna fosse uma jovem donzela, uma especialista em ervas assim como seu pai e a boticária local, a vida da jovem seria comum, protegida por cavaleiros poderosos, casada com um bom homem trabalhador, talvez o padeiro ou algum lavrador, tendo filhos que aprenderiam seu oficio. O destino contudo as vezes tem planos diferentes e a peste do fungo varreu Harrowmere.
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O que ocorre na noite de Yule de Harrowmere? Ninguém tem certeza |
Se foi o ser que chamava por Wynna desde a infância, se foi algum dos alto lordes de Frigia ou alguma fada de natureza ainda mais misteriosa como dito antes é desconhecido, mais é sabido que Wynna voltou na manha seguinte, com cicatrizes de espirais espinhosas correndo pelos braços, com olhos de um azul tão profundo e brilhante que pareciam emitir luz própria, seu toque curava e sua beleza havia aumentado, mais ela se tornará assustadora, estranhamente inumana, ela se alegrava ao curar, mais quase parecia o sentimento de alguém concertando algo quebrado e não salvando uma vida, ela tinha sorrisos gentis mais enigmáticos, de alegria misturada a curiosidade e não fosse o desespero dos cidadãos de se verem livres da praga talvez não tivessem ido ate Wynna pois ela não possuía sombra visível, não possuía reflexo, não possuía sequer uma forma milagrosamente agradável de livrar os aldeões de suas moléstias, pois a praga retirada era guardada em garrafas de vidro, onde todos podiam ver a substancia estranha que lhes adoecera o corpo, que ela levou consigo após livrar toda Harrowmere da praga do musgo.
Os cavaleiros e os padres procuraram Wynna assim que a noticia correu ate eles mas a casa da boticária estava vazia, abandonada e intocada, não havia sinal da jovem e a não ser pelas garrafas contendo a praga nada mais sumiu, desde então uma vez por ano no mínimo a nevoa sobe em Harrowmere, no dia mais sombrio do ano, sem falta, todo Yule a nevoa se ergue como no dia em que Wynna entregou seu nome e dizem que assombrações correm pelo bosque sombrios, ecos desesperados de jovens moças, pelo menos é que dizem, as historias sobre o misterioso Yule de Harrowmere são muitas, alguns juram que ouvem Wynna tentando fechar acordos para curar entes queridos em troca de sangue ou em troca de nomes mas seja qual for a verdade algo ocorre na nevoa do Yule e poucos são os corajosos que se disporiam a essa empreitada pois num feudo em guerra com o terrível NagLord, ninguém se importa em acabar com um fenômeno magico que é previsível, apenas orientam a todos para ficarem em casa durante a noite do Yule e não seguirem vozes, conhecidas ou não.
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