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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Adaptação

 A Igreja da Metamorfose

A Grande Porta de Bronze

É sabido entre os condenados que o inferno existia antes da queda dos grandes anjos dourados que afundaram em desgraça no abismo, antes uma terra composta por terrenos de carne cancerosa repleto de segredos e seres estranhos, uma das poucas estruturas que existe no inferno desde aquela época é a grande porta de bronze fechada em uma construção abandonada entre as montanhas invertidas do abismo, contudo por traz daquela porta se ouvem sussurros, e os condenados ouviram os sussurros do que quer que exista atrás da porta, ouvindo suas promessas de força, de apoteose, de transformação...

Na primeira fase do rito de metamorfose
o couro do cranio é retirado
e um buraco é aberto
para facilitar o acesso do agente modificador


Numa das primeiras investidas do Graal negro quando o mosteiro de São Vindictus caiu e os mortos resultantes dessa conquista partiram para reforçar o cerco contra Nova Antioquia, as forças dos caídos não imaginavam que antigos condenados viriam ao mosteiro levando em um altar uma grande porta de bronze, se é a mesma esquecida dentro do abismo não se tem certeza, mais a partir daquela porta o mosteiro infectado foi tomado por carne, dentes e secreções, não demorou para ser descaído a novas forças e agora cânticos voltavam a ecoar pelas paredes do antigo monastério mas agora para deuses obscuros do inferno.

A Mudança

Os condenados dedicados ao culto da metamorfose passam por torturas terríveis em sua prometida apoteose que ate hoje desde que a porta foi descoberta não aconteceu totalmente, nenhum condenado chegou ao nível de poder de um monarca do inferno, de um príncipe de Dis e muito menos de Deus, mas embora não consigam alcançar os anjos, eles já conseguem tocar a parcialmente a divindade, o processo é doloroso e demorado, ninguém tem certeza de quanto tempo demora mesmo os praticantes pois sua mente vai se tornando menos humana a medida que o processo continua e o tempo deixa de ser importante.

Pupa, a metamorfose começou

O couro cabeludo de um voluntario é esfolado e seu crânio é aberto para que o vetor da metamorfose seja acessado, a partir dai a pele do condenado começa a endurecer e esticar como uma pupa e dessa forma que é escondida pelos outros que já passaram pela transformação monstros inumanos se erguem, não se sabe se a casta, talvez seja a melhor forma de se referir, reflete alguma característica do condenado mais alguns renascem menores e outros maiores, uma vez renascidos eles esquecem as promessas de apoteose e passam a servir a entidade atrás da porta como formigas obedecendo a uma rainha, e como num formigueiro eles tem servos menores e tem soldados.

Serafim Pupal
em busca da Apoteose
 
Depois de séculos de metamorfoses finalmente surgiu algo, o primeiro serafim pupal, ate hoje mesmo em pelo menos 800 anos de tentativas existem menos de 10 desses monstros que demonstram uma enorme sabedoria, uma grande força capaz de se opor aos grandes pretores. As forças do inferno ou negociam com eles ou os ignoram, algumas vezes compram o uso de seus soldados e algumas vezes os enfrentam, é notório o quanto os pretores e demônios zombam dessas criaturas quitinosas, os reduzindo a esfoladores e a adoradores de um monstro que apenas sussurra atrás de uma porta mas por traz dessa zombaria existe um receio, um receio que cresce a medida que os anos avançam pois os condenados conseguiram uma força antes impossível para qualquer um deles e isso faz os grandes príncipes de Dis pensarem, que tipo de coisa se esconde atrás da porta de bronze.

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