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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O Mestre da Masmorra

RPG, Vingança Não.

De fato eu sabia que demoraria bastante para eu escrever esse texto, você que espera que eu cuspa uma miríade de insulto as mulheres que jogam RPG perdeu seu tempo, esse é apenas um relato pessoal, voce que esta esperando com raiva para ler o texto e achar machismo nele para o desqualificar, eu adianto aqui é bem possível que você ache machismo nele, machismo é mais do que apenas uma epifania que alguém tem e nunca mais comete esse erro, ele esta entranhado em nossa sociedade e eu cresci em um mundo muito mais machista do que o atual, em suma o machismo esta entranhado em meus pensamentos ainda que eu não o reconheça em todos os pontos eu vou morrer machista, por mais que eu tente lutar contra esse conceito, contra os impulsos que eventualmente eu tenho muitas vezes nem mesmo sei reconhece-los, então espero seus comentários raivosos, no mais bem vindos a esse texto.



Assim como o texto de machismo em rpg, não pretendo falar por todas as pessoas que tiveram experiencias parecidas, embora pra mim os exemplos abaixo pareçam algo como "a vingança dos injustiçados contra quem não os injustiçou" sou eu adepto de justiça poética, nunca retribuindo na mesma moeda e tentando pagar o mau com o bem, onde a melhor vingança que você pode ter é mostrar que aquilo não lhe envenenou, dito isso, mulheres sabem estragar uma experiencia masculina numa mesa tão bem quanto um homem sabe estragar experiencias femininas, seja por vingança, preconceito ou despreparo. A forma mais gritante com a qual tive que lidar com isso foi numa mesa de fantasia medieval, num sistema que exemplifica bem a frase "Magia é Poder", entendedores entenderam, uma grande cabala de feiticeiras que abraçava todas as praticantes de magia do mundo eram conselheiras dos reis, embora na verdade elas fossem as regentes, os reis apenas serviam para tratar de assuntos idiotas e burocracia, livrando as bruxas para verdadeiramente comandarem a parte divertida do mundo.

A grande cabala lembro eu não aceitava praticantes de magia masculinos, eles existiam mais sempre eram magos negros, terríveis, capazes de atos hediondos por poder e sempre seres corrompidos, embora a cabala no geral tratasse os guerreiros de forma depreciativa, normalmente eu sou uma pessoa que prefere lidar com os guerreiros em meus jogos admito, mais nunca chegaria ao ato de sequer fazer comentários depreciativos como "deixe os rapazes brincarem com seus palitos de ferro e deixem o poder de verdade para nos". Isso se tornou insustentável quanto mais o jogo avançava, metade do grupo era de homens, metade era de mulheres ,como um dos poucos guerreiros, meu personagem sangrava a cada golpe para proteger as feiticeiras que por mais que dominassem o mundo, por algum motivo com a desculpa de interpretação elas nunca tinham gratidão, por algum motivo nunca davam ideias sempre esperavam proatividade de mim e do outro guerreiro, raramente colaboravam apenas quando eram bajuladas, lembro-me de quando tínhamos que adentrar um túnel subterrâneo e apenas as magas podiam fazer um túnel na água, e eu perguntei sobre se elas poderiam fazer um túnel, comentavam sobre como elas faziam todo o trabalho e nos não, contudo erramos guerreiros e fazíamos o que era esperado, sangrávamos para que elas não, não entendia o que mais podia ser esperado dos nossos personagens, tínhamos ideias, participávamos dos planos mais habilidades alem de vencer inimigos eram mais difíceis para nos, como esperado a mesa ficou insustentável e eu desisti.



Outro exemplo foi numa mesa que narrei, onde jogadoras cuja as personagens tinham tendencias a pensamentos de superioridade feminina destruirão um item magico importante para missão em nome da justiça, a historia do item era de uma druida que possuía longos cabelos, que conseguiu usar os cabelos para tecer uma rede de pesca e deu para uma aldeia, sempre que a rede fosse jogada no rio ela voltaria lotada de peixes, as personagens assumiram que isso era de alguma forma um desrespeito com uma mulher que perdeu o cabelo para tecer tal item, ignorando a historia do item elas queriam botar fogo na rede de pesca, eu desfiz a mesa, pois considerei que não ia conseguir narrar para esse tipo de jogadoras, um dos meus problemas mais graves como narrador é minha dificuldade em narrar para vilões ,para personagens com moral distorcida e para pessoas que põem o dinheiro acima da virtude, me julguem, como fui julgado no ultimo post sobre não gostar muito de magia.

As garotas que praticaram ou praticam isso, as que possam estar lendo e não abandonaram ainda esse texto, imagino o que passaram para quererem esse tipo de vingança, horas perdidas, personagens que gostavam estragados, campanhas que fizeram pensando com carinho na diversão de seus jogadores e foram pegas por pensamentos de machinhos que querem sair por ai estuprando as elfas e saqueando povoados, mais pense o quanto isso vale, nisso de olho por olho mais de uma pessoa já ficou cega, não acredito em pagar o mau com o mau como falei alguns parágrafos acima, o que eu estou dizendo? tratem os outros não importa quem sejam, como você espera ser tratado, não coloque sua crença, sua idealização de mundo ou sua visão filosófica antes de sua empatia, pois aquele garoto que esta jogando com você não é um machista opressor, é um ser humano que talvez te admire como narradora de rpg, talvez veja em você um exemplo de alguém mais experiente no hobbie dele, não crie alguém raivoso com você apenas por um julgamento errado.

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