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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Adaptação

 A Igreja da Metamorfose

A Grande Porta de Bronze

É sabido entre os condenados que o inferno existia antes da queda dos grandes anjos dourados que afundaram em desgraça no abismo, antes uma terra composta por terrenos de carne cancerosa repleto de segredos e seres estranhos, uma das poucas estruturas que existe no inferno desde aquela época é a grande porta de bronze fechada em uma construção abandonada entre as montanhas invertidas do abismo, contudo por traz daquela porta se ouvem sussurros, e os condenados ouviram os sussurros do que quer que exista atrás da porta, ouvindo suas promessas de força, de apoteose, de transformação...

Na primeira fase do rito de metamorfose
o couro do cranio é retirado
e um buraco é aberto
para facilitar o acesso do agente modificador


Numa das primeiras investidas do Graal negro quando o mosteiro de São Vindictus caiu e os mortos resultantes dessa conquista partiram para reforçar o cerco contra Nova Antioquia, as forças dos caídos não imaginavam que antigos condenados viriam ao mosteiro levando em um altar uma grande porta de bronze, se é a mesma esquecida dentro do abismo não se tem certeza, mais a partir daquela porta o mosteiro infectado foi tomado por carne, dentes e secreções, não demorou para ser descaído a novas forças e agora cânticos voltavam a ecoar pelas paredes do antigo monastério mas agora para deuses obscuros do inferno.

A Mudança

Os condenados dedicados ao culto da metamorfose passam por torturas terríveis em sua prometida apoteose que ate hoje desde que a porta foi descoberta não aconteceu totalmente, nenhum condenado chegou ao nível de poder de um monarca do inferno, de um príncipe de Dis e muito menos de Deus, mas embora não consigam alcançar os anjos, eles já conseguem tocar a parcialmente a divindade, o processo é doloroso e demorado, ninguém tem certeza de quanto tempo demora mesmo os praticantes pois sua mente vai se tornando menos humana a medida que o processo continua e o tempo deixa de ser importante.

Pupa, a metamorfose começou

O couro cabeludo de um voluntario é esfolado e seu crânio é aberto para que o vetor da metamorfose seja acessado, a partir dai a pele do condenado começa a endurecer e esticar como uma pupa e dessa forma que é escondida pelos outros que já passaram pela transformação monstros inumanos se erguem, não se sabe se a casta, talvez seja a melhor forma de se referir, reflete alguma característica do condenado mais alguns renascem menores e outros maiores, uma vez renascidos eles esquecem as promessas de apoteose e passam a servir a entidade atrás da porta como formigas obedecendo a uma rainha, e como num formigueiro eles tem servos menores e tem soldados.

Serafim Pupal
em busca da Apoteose
 
Depois de séculos de metamorfoses finalmente surgiu algo, o primeiro serafim pupal, ate hoje mesmo em pelo menos 800 anos de tentativas existem menos de 10 desses monstros que demonstram uma enorme sabedoria, uma grande força capaz de se opor aos grandes pretores. As forças do inferno ou negociam com eles ou os ignoram, algumas vezes compram o uso de seus soldados e algumas vezes os enfrentam, é notório o quanto os pretores e demônios zombam dessas criaturas quitinosas, os reduzindo a esfoladores e a adoradores de um monstro que apenas sussurra atrás de uma porta mas por traz dessa zombaria existe um receio, um receio que cresce a medida que os anos avançam pois os condenados conseguiram uma força antes impossível para qualquer um deles e isso faz os grandes príncipes de Dis pensarem, que tipo de coisa se esconde atrás da porta de bronze.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Adaptação

 A Brigada Vermelha

A Brigada Vermelha é composta por voluntários que perderam alguém próximo a eles nas batalhas da Grande Guerra. A unidade foi fundada por St. Ernest, o único sobrevivente da segunda batalha de Acre onde perdeu seu irmão Guilherme para as forças do heresiarca Berenguer.

Historia
Emblema da Brigada Vermelha


Diz-se que quando seu irmão caiu em combate, Ernesto vestiu o capacete manchado de sangue de Guilherme e voltou à briga para matar hereges até que não houvesse mais nada para matar. Quando o silêncio finalmente caiu sobre o campo de batalha, Ernest foi o único sobrevivente de ambos os lados. Vendo isso como um milagre ordenado pelo Todo-Poderoso, ele reuniu o resto da armadura ensanguentada de seu irmão e voltou para o Principado de Nova Antioquia. Lá ele começou a recrutar voluntários para sua vingança. Como um orador talentoso movido pela angústia de sua perda, Ernest logo reuniu seguidores de muitos soldados enlutados como ele. Assim, a primeira Brigada Vermelha foi formada e Ernst liderou seu bando de guerra não oficial para a Terra de Ninguém em uma caçada aos hereges, por meio de emboscadas e ataques profundos às vulneráveis linhas de abastecimento inimigas. Seus guerreiros encharcados de sangue logo começaram a se parecer com seu líder na aparência, o que rendeu à unidade seu nome. Sua habilidade e astúcia no campo de batalha chamaram a atenção do trono de Nova Antioquia e a Brigada Vermelha foi reconhecida como uma unidade oficial das forças armadas ducais.

Desde então, a Brigada Vermelha tem sido usada como força pessoal de operações especiais pelo duque de Nova Antioquia. Esses soldados motivados realizam as missões mais perigosas, onde baixas insustentáveis impossibilitariam o uso das unidades regulares. Para se juntar à Brigada Vermelha um soldado tem que se voluntariar, trazendo para o oficial de recrutamento um pedaço de kit manchado pelo sangue de camaradas caídos como prova de seu direito de servir como um 'Juramento de Sangue', como os soldados da Brigada são conhecidos.

Como uma unidade sob o comando direto do Duque, a Brigada Vermelha recebe muitos privilégios enquanto guarnecida dentro da cidade, além de armas e provisões dos armazéns da cidade. Seus quartéis estão localizados no palácio ducal e, antes que a Brigada Vermelha parta para uma missão, eles jantam à mesa do duque e de seus oficiais mais próximos, em um banquete luxuoso conhecido como o Festim dos Mortos.

Devido à sua propensão para caçar alvos de alto valor, a Brigada Vermelha é abastecida com cães de guerra dos canis do Duque. Essas feras leais dão consolo e companheirismo aos soldados e foram treinadas para fornecer granadas aos soldados no calor da batalha enquanto a Brigada Vermelha se esforça para tomar pontos fortes e trincheiras inimigas fortemente defendidas. Malinois, wolfhounds e mastins são especialmente populares e muito amados pelos soldados da unidade.
É doce e apropriado 
morrer por Deus



No campo de batalha, a Brigada opera bem atrás das linhas inimigas e assume missões como cortar linhas de abastecimento, ataques destinados a eliminar Comandantes Hereges maiores e ataques surpresa a formações de elite em marcha. Eles até operam nas partes da Terra de Ninguém reivindicadas pelo Sultanato de Ferro, para grande desgosto do Sublime Portão A Brigada até atacou os domínios de Belzebu ao redor da cidade amaldiçoada de Ecrom. Eles vivem da guerra não buscando novos patronos nobres e confiando apenas em Deus e no duque.

A Brigada Vermelha é uma unidade sombria e silenciosa, assombrada por suas perdas e longas patrulhas em território inimigo. Muitas vezes ansiando por se reunir com seus entes perdidos eles estão dispostos a aceitar missões onde a morte é quase certa. Essa atitude autodestrutiva irrita muitos membros do clero, que não toleram a existência da unidade, pois o suicídio é um pecado mortal. No entanto, a Brigada provou ser tão útil para o Duque que as tropas blindadas vermelhas têm prestado serviço contínuo por décadas.

Após cada briga, é tarefa do Intendente da Brigada reunir as armas e armaduras vermelhas dos caídos e redistribuí-las para que os novos recrutas tenham uma ligação real e tangível com os caídos. Mas quando confrontado com uma batalha em que o comandante da Brigada vê que não há esperança de sobrevivência, é costume despachar um de seus soldados de volta a Nova Antioquia para notificar o duque sobre o fim da unidade. Este mensageiro é escolhido por sorteio e o soldado selecionado leva as placas de identificação de toda a unidade de volta ao Lar de Todas as suas Esperanças, para serem penduradas nas paredes da Capela da Memória, e lá se juntar aos milhares que deram suas vidas pela Brigada antes.

O último membro da Brigada então pede uma audiência pessoal com o duque ou duquesa governante. A saudação tradicional em tais circunstâncias pelo sobrevivente é a seguinte: "A Brigada Vermelha caiu", ao que o governante de Nova Antioquia responde solenemente: "E a Brigada Vermelha se levantará novamente".

E assim começa o recrutamento da nova Brigada Vermelha e o ciclo de violência, vingança e sangue começa mais uma vez.

Soldado da Brigada Vermelha
Exigencias: PdF ou F 1, A1, Sobrevivência, Inimigo.

Se Sangra, Morre: Um ataque feroz do membro da brigada vermelha abre feridas profundas em seus alvos. Quando o soldado da brigada vermelha consegue um dano critico ele pode gastar 1pm para adicionar um efeito de sangramento ao dano, inimigos sangrando perdem 1 pv por turno ate serem curados ou morrerem, inimigos atingidos podem fazer um teste de A para negar o sangramento, novos críticos podem acumular o efeito.

Inimigo Meu: Com um ódio profundo sobre aqueles que lhe mataram entes queridos o soldado da brigada vermelha parece atacar com força sobrenatural seus desafetos. Quando enfrenta inimigos os críticos causados contra o inimigo escolhido do soldado aplicam críticos x3 ao invés de x2.

Treinamento Avançado de Guerra: Pensado rápido, pronto para batalhar ate a morte alguns truques do soldado da brigada vermelha são mais integrados ao treinamento. O soldado da brigada ligeira consegue usar a manobra ataque carregado gastando um movimento ao invés de uma ação completa.

Suportar o Sofrimento: Acostumados a agruras o soldado da brigada vermelha continua lutando ate seus alvos caírem, se ele não conseguir viver para vê-los morrer, vai pelo menos leva-los consigo. Seja por alguma habilidade treinada ou benção sobrenatural o tempo torna cada vez mais difícil um membro da brigada vermelha cair, a cada 5 pvs que ele perde ele ganha +2 de FD.

Posicionar: Quando necessário o soldado sabe dar sangue pela vitória, acostumado com a dor e sabendo bem o quanto pode aguentar e quanto consegue ignorar do inimigo ele toma a linha de frente para proteger  a sua equipe. Tomando uma posição de defesa total o soldado perde as ações de movimento por turno, menos aquelas acrescidas por vantagens, contudo ganha armadura extra a dano físico (corte, perfuração, esmagamento).


O Comungante Carmesin

Devastados por uma dolorosa sensação de perda e desespero, os Comungantes Carmesins encontram consolo para sua dor na companhia da sombria Brigada Vermelha. Entorpecidos por sensações físicas menores, eles buscam ativamente feridas graves no campo de batalha para esquecer sua angústia mental.
Trazendo terror a todos que entendem
por quem os sinos dobram
eles dobram por você herege



Como um presente de despedida ao deixar o mosteiro Mendelista, cada um deles é presenteado com um Sino da Expiação. O Comungante Carmesim pode canalizar a tristeza do Segundo Metacristo através do som do sino, fazendo com que todos fujam em desespero.

Os Comungantes Carmesins são criados a partir de voluntários que perderam um ente querido e agora, com seus sentidos aguçados pela comunhão química, eles experimentam níveis extraordinários de tristeza e culpa. Embora não respondam a nenhum outro estímulo, eles sentem uma conexão instintiva e extraordinariamente forte com os soldados da Brigada Vermelha. Eles seguem a Brigada em suas missões condenadas, tão leais quanto seus cães, e carregam sinos de bronze que dobram sobre a Terra de Ninguém.

Em combate, eles atacam qualquer um que ameace um membro da Brigada com raiva e ferocidade surpreendentes. Eles usam capacetes para esconder seus rostos, que evitam revelar, e lutam usando grandes manguais ou martelos para pulverizar Hereges ou outros inimigos da Brigada. Muitas vezes tomados pela loucura os Comungantes Carmesins pegam os crânios de aliados e inimigos e carregam consigo dando-lhes os nomes daqueles que perderam e morbidamente conversando com eles.

Comungante Carmesim
Custo: 3 pontos.

Mutações poderosas: com um corpo gigantesco e embrutecido é difícil qualquer coisa ser mais forte que o comungante carmesim. A vantagem única recebe F+3 e R+3 assim como a desvantagem modelo especial e a maldição leve Ódio ao próprio aspecto, onde o personagem não consegue deixar o rosto a mostra e a insanidade de fantasia que os faz colecionar crânios, mais a insanidade pode ser recomprada.

Desconforto sobrenatural: O comungante deixa a maioria das pessoas normais inquietas perto dele, em termos de regras ele é assustador e tratado como monstruoso com as pessoas tendo medo dele e evitando estar perto.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Adaptação

Releitura de Lamòrdia de Ravenloft


Como já dizia Mary Sherley. Devemos humildemente admitir que a invenção não consiste em se criar a partir do nada, mas sim a partir do caos. Mas adiciono algo nessa frase, invenção é criar a partir do caos motivado pelo desejo ou necessidade, nenhum destes sendo excludente ao outro. Ravenloft foi um dos cenários de D&D que mais gostei, embora muitos dos domínios do medo me soem pouco interessante, já narrei no feudo absolutista de Falkovia, na terra negra da Barovia, nas terras sinistras assoladas por lord South ou por Vecna, diante dessas opções, raras foram as vezes que voltei meus olhos aos outros feudos ou regiões, os lordes negros muitas vezes me pareciam cansativos, baseados em filmes de terror que eu não gostava ou não achava profundos o suficiente para um jogo longo, ou os lordes desprovidos de capacidade, poder e recursos, para fazer frente a um grupo verdadeiramente dedicado. Sabem bem os mestres como jogadores conseguem torcer o mundo a partir de suas ações, entre esses estão os lordes da Lamòrdia, o trágico doutor Victor Mordenheim.

Lamòrdia, uma terra litorânea num ponto norte dos domínios do pavor o que faz ela sofrer com climas quase polares, se é que isso realmente faz sentido em um plano dominado pelos poderes negros, o frio açoita Lamòrdia com fúria incessante, com ventos e tempestades frequentes e quando a temperatura cai de verdade o mar congela tornando impossível deixar a cidade por mar, a floresta de clima ibérico conhecida pelos habitantes locais como "a besta adormecida" separa as únicas duas cidades do feudo, Ludendorf e Neufurchtenburg, cada uma delas sendo uma cidade pequena mesmo aos padrões de D&D, com menos de mil habitantes cada uma, e com a floresta separando essas cidades e o feudo das terras de Falkovia.

Alguns jogadores ja poderiam estar pensando em terras habitadas por vikings que aproveitam a primavera e verão para embarcarem em dracares e saquear as demais terras próximas, homens de ferro em busca de escravos e riquezas mas não é o caso de Lamòrdia, uma terra renascentista e secular, no mínimo, a descrença no domínio do terror é notória com nenhuma de seus nativos sendo verdadeiramente fiel a alguma divindade, não praticando magia arcana ou possuindo sangue magico, mesmo as religiões institucionalizadas não acreditam que os deuses realmente se importem com assuntos mortais, preocupadas apenas em preparar as almas das pessoas para o pós vida. Ironicamente o agnosticismo ou mesmo ateísmo cientifico seja esmagador entre a pequena população.

Nesse local o doutor Mordenheim se tornou um duplo do conhecido doutor Frankestein, criando seu monstro que sai de seu controle, mata ou mutila sua esposa, não fica totalmente claro, afinal coração batendo é diferente de estar vivo, sabemos isso pela medicina moderna e em minha opinião Elise já não existe e o que Mordenheim mantem em suas maquinas é apenas uma casca com sangue pulsando ainda que falou duas vezes com Victor apenas através dos poderes negros brincando com o cientista.

É dito que a qualquer sinal de crime hediondo, a comunidade faz justiça com as próprias mãos mas não o fazem com Viktor, mesmo que saibam através de historias crescentes que golens de carne insanos emergem de seu laboratório, o doutor é ignorado, já seu poderoso monstro, Adão, este se contenta em ser o bicho papão do doutor ou dos jogadores, o texto explica que Adão é o lorde negro de Lamòrdia mas além dos poderes usuais de imortalidade e controle sobre as fronteiras que são comuns mais não estendidos a todos os lordes, Adão é apenas uma lenda local que não faz muito além de atormentar brevemente seu criador e assombrar a floresta local.

Com essas contradições não é a toa que Ignorei Lamòrdia por tanto tempo, sem paixão, sem fúria e sem tragédia além da do próprio doutor que tem muito texto descrevendo suas cicatrizes e sua lamuria mais pouco suas ações e sua loucura. Mordenheim poderia ser para Frankenstein o que Nosferatu é para Drácula, e longe de eu ser o mais capaz de fazer isso, pelo menos apresento aqui uma visão que pode inspirar você a construir um vilão semelhante ou usar esse em suas mesas, ou porque não, usar a modificação em Lamòrdia, para mais uma terra das sombras vir a ser palco de horror e tragédia grandes o suficiente para a intervenção de um grupo de aventureiros.


Que obra prima o homem

Quão nobre pela razão

Quão infinito pelas faculdades

Como é significativo na forma e nos movimentos

Nos atos qual semelhante aos anjos

Na apreensão como se aproxima dos deuses

Adorno do mundo

Modelo das criaturas

                                                        -Shakespeare. 


Dr Viktor Mordenheim


Um gênio, medico cirurgião, engenheiro e biólogo. Mordenheim era obcecado por uma coisa, o segredo da vida, o segredo que ele sabia que existia mais que os deuses não compartilharam com os homens, a cura para a morte seria sua maior criação ou se ele não conseguisse, através dele outro conseguiria, tais pensamentos o incentivavam a seguir em frente, as horas intermináveis de trabalho e dedicação embranqueceram seu cabelo e deixaram sua face lívida, debruçado sobre livros científicos e arcanos igualmente, mesmo considerando a magia um desvio da verdade, o genial doutor moldou sua técnica a partir de uma teoria de criação de golens de carne, Necromancia e seu conhecimento de anatomia ele começou aquilo que o condenaria, talvez desde esse momento os dedos dos poderes negros estivessem guiando sua mão?

Perdendo o cuidado Victor roubou dezenas de cadáveres para fazer seu golem, tais profanações não passaram desapercebidas mas com seu semblante cadavérico confundido com vampiros Victor afastou para sua sorte os homens de menor coragem que o viram carregando corpos.

Buscando o segredo na vida de outros seres vivos, através de experiência com animais ele foi moldando o corpo de seu Magnum Opus, numa torrente de loucura criativa os muitos cadáveres humanos foram moldados como o barro nas mãos de um deus e um monstro foi moldado, ainda cego por sua loucura ou talvez pelos poderes negros, em suas descobertas entendendo que eletricidade poderia despertar uma centelha de vida em golens, viktor esperou uma das tempestades que são comuns na região.


Chuva vem, alma volte do além.

O segredo da vida Deus não compartilhou
mas se foi o homem que fez Deus então
foi o homem que criou o segredo.

O nascimento do monstro que futuramente seria chamado de Adão por si mesmo e por Viktor ou de Pai por suas próprias criações que surgiriam no futuro foi no mínimo traumático para ambos, Adão nasceu ou foi arrancado do descanso eterno? havia diferença entre um e outro? Trazido de volta a existência em urros de dor corpo tremulo e choro de desespero, tão semelhante a bebes recém nascidos, mais de maneira assustadora e traumática, pois um corpo poderoso com a força de muitos homens destruía tudo em seus espasmos de nascimento, arrebatado pelo caos do nascimento de Adão, Mordenheim fugiu, derrubando estantes e béqueres em seu caminho e no final da fuga lançando lampiões acessos nas misturas inflamáveis, tentativas de não ser seguido pelo monstro insano? tentativas de destruir sua criação? talvez nem o doutor saiba, e ele sabia muito menos que após o trauma do nascimento seu monstro olhou o mundo com uma sobrenatural sabedoria, a mente de um artista e o entendimento de um sábio jazia atrás daqueles olhos que se abriam a primeira vez para o mundo, e mesmo nesse primeiro momento de vida em meio a chamas que pouco significavam para ele o monstro sabia que ele era único e que seu criador o odiava o suficiente para tentar mata-lo.


Se não me ensinaram a viver porque questionam que só sei matar?


Sorte ou destino, com os corpos sendo roubados a cidade havia finalmente se rendido a superstição e trazido caçadores de vampiro para lidar com Viktor, o incêndio em seu laboratório atraiu atenção dos guerreiros que partiram para o ambiente apagando o incêndio enquanto adentravam o lugar esperando encontrar o monstro que vieram matar, encontraram um monstro, muito mais perigoso que julgaram, Adão destruiu aqueles homens com violência e raiva, sua força capaz de partir o crânio de um boi com um soco foi mais que o suficiente para matar os aventureiros apesar do poder dos mesmos, o monstro não se apressou a fugir, saqueou o que precisava do laboratório, sabendo bem que sua sabedoria, suas faculdades, nada disso fazia sentido, sabia apenas que sabia, sabia ler, questionar, matar com poucos movimentos, mais pouco compreendia do mundo ao redor e sobre isso tinha voraz curiosidade, levando para a floresta os livros que conseguiram sobreviver do breve incêndio assim como o próprio diário cientifico de Viktor Mordenheim.

Enquanto isso acontecia o doutor se refugiou na casa de seus pais que o receberam sem fazer muitas perguntas, com corpo adoecido e juízo abalado Mordenheim se fechou em seu próprio quarto por dias, aterrorizado demais para dormir ate que o sono se fez valer e ele dormiu por dias seguidos antes da exaustão o deixar para que pudesse acordar, ainda muito cansado mais consciente ele voltou a comer, sua insanidade temporária havia sumido e ele se perguntava se as memorias eram reais, se ele conseguiu mesmo gerar vida e se era tão terrível quanto ele alucinava que foi, pois se fosse isso explicava porque os deuses não reviviam ninguém.

Duas coisas há no mundo que existem
uma única vez, acima o intrincado sol
abaixo Adão... Talvez eu tenha
criado o sol e as estrelas, mas...
... já não lembro.

O tempo de recuperação do doutor foi longo e durante esse tempo Adão lia avidamente todos os livros de seu criador sobretudo o diário cientifico, ele iria criar iguais a ele e assim não ficaria sozinho, pois se seu criador o odiava ele seria melhor, ele iria guiar suas criações, era o que Adão pensava enquanto um sentimento de retribuição surgia em sua mente, devido as caçadas regulares que faziam a ele, os boatos do ogro, do vampiro, do monstro da floresta cresciam enquanto a contagem de corpos acompanhava os boatos, Viktor contudo se distanciou do povo normal e abandonou sua pesquisa, seus pais apresentaram a seu filho uma bela mulher chamada Elise e um namoro e um amor nasceu desse encontro, enquanto o relacionamento de Viktor crescia e florescia, Adão criava seus primeiros filhos mais eles eram primitivos, insuficientes, ele ainda era único pois suas criações eram pouco mais que crianças violentas que seguiam ordens muito bem mas raciocinavam pouco, era claro que faltava algo, a cada nova tentativa um novo fracasso ate que Adão se convencer a visitar seu odiado criador em busca do segredo da vida passaram anos e Viktor já era um homem casado.


No começo Deus fez o homem, no fim Deus foi morto pelo homem que agora quer ser Deus.


Sou costurado a meus erros

O reencontro de Viktor e Adão foi no mínimo uma piada de mau gosto, Adão invadiu o quarto de Viktor após dias o observando das sombras, com uma capacidade sobrenatural de se esconder, na noite que falaram Viktor entrou em seu quarto e viu Adão após ele ser iluminado por um raio, não se sabe as palavras exatas, sabe-se apenas que Adão mostrou o diário de Viktor, exigindo o segredo final que não estava no mesmo, falando que se seu criador fizesse esse único favor a ele, o mesmo sumiria, nunca mais seria visto por aquele pais.

Diante do hercúleo monstro Viktor duvidou das palavras, não acreditando em nenhuma delas mais fingindo precisar de algum tempo para pensar e organizar as memorias ele convenceu Adão a ir embora, na mesma noite ele fugiria com sua esposa, preparando as pressas um barco que os levaria para longe, longe daquele lugar e do alcance de Adão, mau sabia Viktor que o monstro esperava uma traição e nunca realmente o deixou sozinho, vendo que seu criador não pretendia ajuda-lo Adão causou um acidente no navio, incendiando o paiol de pólvora o fazendo explodir, a morte premeditada do seu criador junto com todas as crueldades de Adão, matando pessoas e as transformando em monstros o levaram a ser escolhido pelos poderes negros e naquela noite o domínio de Lamòrdia se formou e seu lorde das sombras foi elevado dentre todos os condenados. Hoje Adão comanda um grupo de dezenas de golens, se divertindo em torturar seu criador e matar aqueles que o desafiam, vendo a si mesmo como um homem superior Adão age como um sábio e se veste com o máximo de refino que consegue em todas as situações mas as vezes os ataques de ódio do mesmo mostram sua natureza violenta e monstruosa com clareza, nesses momentos ele mata ate se acalmar, mesmo que sejam aliados, afinal ele é único e tudo é menor que ele.

Como uma piada final, os poderes negros "costuraram" a vida de Viktor a de Adão o que permitiu o cientista sobreviver ainda que com imensas sequelas, sua esposa morta, sua vida destruída, seu erro persistente o assolando e o monstro continuando a criar feras semelhantes a ele fizeram Viktor ter um impulso de vingança, o cientista aproveita sua aparente imortalidade para caçar Adão que se diverte atormentando o homem, permitindo que ele o persiga mesmo sendo incapaz de o matar, Viktor vive como um patrulheiro agora, deformado e irreconhecível, quase sempre bêbado demais para parecer o homem culto que de fato é, o insulto final dos poderes negros ligou a vida de Adão e a de Viktor, ambos sentem as mesmas dores ainda que não percam vitalidade juntos e a única forma de dar um fim definitivo a ambos é mata-los ao mesmo tempo, do contrario, eles retornaram a vida mesmo que precisem ser refeitos pelos poderes negros.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Texto da Meia Noite

 Hoje Foi Bom Viver


Depois de chorar

Depois de sofrer

Tive tempo pra pensar
Tempo pra escrever

Refletir sobre amar
Refletir sobre ser
Tentar deixar a tristeza secar
Embora minha alma as vezes faça chover

Tive tempo pra sonhar

Tive tempo pra escrever

Uma pequena canção cantar
Alguns belos desenhos ver

Sentei para me lamentar

Levantei para comer

Gargalhei após boas piadas escutar

Um momento para mim consegui ter

Onde a solitude pude apreciar

Virando os olhos para meu próprio ser

Espero hoje sonhar

Em belos bosques me perder

Onde possa com um sorriso confirmar

Hoje foi bom viver.