Um conto baseado em uma aventura de Ravenloft narrada a um tempo atrás por mim, espero que gostem.
Mal que acaba com o mal.
Me chamo Albert, da casa Franz, nobre e senhor das trevas, espada negra do clã Franz a quem todos se curvam. Engraçado como já fui muito mais orgulhoso de meu titulo, de minha força inata, já desde antes do abraço da escuridão e já desde antes a vinda desse lugar que no passado achava que era nosso paraíso, aqui por incrível que pareça as mulheres passaram a ter filhos e nossa imortalidade não foi embora, o sol era clemente raramente aparecendo por de traz das nuvens e o sangue das bestas saciavam diferente da antiga terra, aos que tinham ainda gosto por caçar homens, tribos de humanos selvagens pareciam procriar como coelhos sempre surgindo mesmo quando alguém passava dos limites e aparentemente os dizimava, alguns tolos ate acreditavam que algum deus da escuridão recriava os homens que matávamos durante os dias que não saiamos de nossas casas, bobagem em minha opinião afinal que deus poderia ter caro um povo como nós? Vampiros não são amados por ninguém muito menos por outros pretensos senhores das trevas, isso porque com o tempo a arrogância nos faz pensar em nos próprios como os deuses, não desejamos nos curvar, nunca tememos nos somos temidos.
As vezes me perco no meu delírio de grandeza, sim, delírio, pois a razão agora me faz tremer toda vez que uma sombra se agita porque o vento fez a chama de uma vela vacilar, quando a noite cai eu temo que essa ira ser a ultima noite.
Me perco em meus medos agora, mais voltando ao raciocínio, escrevo aqui a razão de minha fobia da noite, de nosso flagelo que é verdadeiramente o senhor das trevas desse antes paraíso que agora me faz temer a noite. Tudo começou quando eu mais jovem fui a um dos feudos que possuímos como casa nobre, um monstro, uma hidra havia pego animais de fazenda durante o dia, agora pouco me recordo de quantas vacas ou cabras foram perdidas, liderei um grupo de vinte para o covil da criatura que pega de surpresa durante a noite foi vencida, não sem resistir, foram horas de batalha e cerca de 8 dos homens, pelo que me lembro, encontraram sua morte, mas ao final a hidra o monstro soprador de acido foi ao chão e seu corpo estripado foi levado para ser exibido pela vila, foram quatro dias de muita comemoração, o sangue de animais e de alguns homens selvagens que conseguimos capturar durante as noites seguintes fluiu e nos embebedamos em nosso poder em nossa gloria, amávamos a vida éramos invencíveis.
O primeiro sinal de terror veio quando um grito rompeu a noite, não tinha certeza da razão do motivo, ainda embriagados pela sensação de vitória avançamos com armas em punho pela rua e encontramos um corpo de um dos guardas da vila, atravessado por uma lança e fincado no chão, pendurado, as mulheres que viam pelas janelas estavam em pânico, alguém matou alguém, achávamos que tínhamos um assassino entre nos, era o pensamento lógico, ninguém pensaria que o assassino veio das trevas da floresta. Por varias noites um a um, mais e mais guardas e cidadãos eram assassinados, um por um, um a cada noite e por uma semana procuramos o assassino ate eu notar que isso era um convite e não crimes feitos pelo prazer do crime. Era um desafio, tomado de ira eu montei em meu corcel muito mais poderoso que qualquer cavalo mortal, aprimorado com sangue de minha linhagem encarei a floresta noturna convicto que eu era o maior predador do local que eu passaria e qualquer fera desviaria de mim que a caçada seria minha, no meio da escuridão vi um corcel vindo contra mim e saquei minha espada era a hora de matar o assassino, investi bravamente mais o cavaleiro não possuía a cabeça, estava morto, o cavalo passou por mim quase que derrubando o corpo inerte e a certeza que eu cai numa armadilha passou por minha mente antes de um dardo me atravessar o peito e eu paralisar, os sentidos ficaram turvos.
Nada era compreendido em meu estado de torpor os sentidos ficaram confusos e eu poderia ter ficado naquele sono por tempo indefinido, quem quer que tenha feito isso poderia ter me matado assim, mais acordei , pernas e braços atravessados por lanças de modo a não poder me mover, o fogo a minha frente queimava iluminando o lugar e o dardo antes no meu peito jazia no chão, ouvia uma voz serena dizer – hora de acordar principezinho, hora de conversarmos – nada consegui responder, era um homem a minha frente, conseguia ouvir seu coração batendo, conseguia ouvir sua respiração pesada a via condensar no frio da noite, ele vestia couro de animais, uma capa de pele mau curtida, sua barba era longa e seu cabelo era desgrenhado, fedia como um animal e ainda assim seu olhar tinha uma serenidade que me fazia tremer, não consegui responder de imediato – esta sentindo isso principezinho? Pequeno senhor da escuridão? Essa é aquela sensação de desamparo quando se olha para a escuridão. É isso que se sente quando se é mortal e a noite vem trazendo vampiros – dizia ele para mim, era estranho ver aquela serenidade, era tão assustador que sequer perguntei como um homem selvagem conhecia a língua do meu povo, mais busquei na bravata um escudo para meu terror não transparecer – me solte monstro covarde, me enfrente como um guerreiro e verá quem é realmente poderoso e será você a me temer – o homem sentou a frente do fogo e disse – não, não serei, se eu o soltar agora, lhe der sua arma, chegar ao ponto de lhe permitir matar uma lebre para recuperar sua força, ainda assim você só fugirá de mim com todo o seu poder, se transformará ou correrá como nenhum humano poderia para escapar, nenhum homem, nem mesmo eu, poderia lhe alcançar, você sabe disso sabe que é mais rápido e mesmo assim iria fugir mais não saberia porque, eu te digo a razão principezinho, porque todos os homens que você pensou enfrentar tremiam diante de você, ficavam assustados diante sua sombra, bobos admirados de sua grandeza, eu sou o primeiro que olha de volta a seu olhar que perfura as sombras, o primeiro que olha de volta e vê você como o parasita que é – Realmente tremi diante dele – Se sou tão desprezível assim porque não me matou na floresta? – Ao indagá-lo ele sorri a primeira vez e diz – isso, é porque eu gostaria de ouvir de você, um nobre, sobre o que acham de mim, é difícil para eu ver a reação de vocês, mesmo nessa terra maldita vocês temem tanto o sol que não viajam que não vêem meus trabalhos, ninguém viu quando pendurei os corpos de toda uma vila nos carvalhos que cercavam suas casas, ninguém viu quando fiz o sangue de nobres chover de cima de suas torres sobre corpos dos plebeus mortos abaixo, deve demorar ainda algumas décadas para vocês descobrirem todas as cidades de vampiros que eu reduzi a nada, cidades fantasmas – Eu quis urrar de ódio e chama-lo de mentiroso mais eu sabia que era verdade, quis urrar jurando vingança mas o choque apenas me permitiu falar – Como pode ser tão mal? – Em retrospecto, realmente devo ter parecido um tolo, ao ouvir sua risada ele dizia – O que é o vampiro então? Ao caçar seres que sofrem, toda noite matar um outro ser inteligente para alimentar sua imortalidade, muitas vezes escravizando outros para fazer os serviços que não pode pela manha, mesmo nessa terra maldita onde podem viver devorando animais, vocês ainda caçam os selvagens que vivem nas florestas e planícies. Eu sou mal que acaba com o mal – Nesse momento os homens da cidade invadiram a caverna, apesar dele ser um homem , o mesmo os enfrentou, fazendo surgir uma lança de sua mão que possuía um anel, talvez tal artefato fizesse as armas, um dos homens foi me resgatar enquanto mais de 10 o enfrentavam, a lança aumentava e diminuía de tamanho, quando ele a jogava, criava outra em suas mãos, apesar da desvantagem todos os que lutaram morreram naquela noite, eu fugi com o guerreiro que me salvou e só por isso estou vivo, falei a todos, todos que quiseram ouvir que um homem matou todos aqueles vampiros, poucos acreditaram em mim, historias do monstro matador de vampiros agora estão por ai, seus massacres aos poucos são descobertos, vilas são achadas vazias mais ninguém acredita contudo que é um homem, alguns falam de um vampiro que mata vampiros, um ancião com uma sede sombria por sangue de imortais, outros acham que são lobisomens que nasceram entre os selvagens, monstros, mortos vivos vindos de outros reinos que cercam nosso vale gelado. Me pergunto se ele ri de meu medo, se esta se divertindo vendo meu temor da noite, hoje vivo quase como um monge, durmo em um quarto que é quase uma prisão, sem janela alguma com porta muito pesada, nunca mais brandi minha espada, não conseguiria entrar na floresta novamente, eu poderia o encontrar de novo.
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