Powered By Blogger

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Masmorra Bagunçada

 Criação de Texto com IA

Estou passando por um dos meus muitos períodos de crise criativa, embora seja uma crise bem seletiva, ate consigo pensar em conceitos de rpg e aventuras mais simples e algumas complexas mas passar os conceitos para textos estruturados esta relativamente difícil, de modo que uma vez que se começa a escrever se da de cara com uma parede branca que virou a pagina do blog vazia.

A produção de conteúdo nessa pagina é desmonetizada, voltada para juntar minhas ideias mais comuns e loucas, organizar pensamentos, receber torrentes cerebrais em forma de textinhos e poemas ou seja, o valor comercial ou mesmo de nicho desse blog é inexistente a não ser que as visões singulares de um narrador de RPG com anos demais investidos no Hobbie valham o suficiente para virar um nicho.

Ainda assim as semanas passando e eu não conseguindo alimentar o blog costumam me causar um sentimento ruim, somando-se a perguntas de amigos de porque não escrevo no blog, ou porque estou em crise, ou se ainda estou em crise criativa, quando acho que vou sair e outras maluquices que me fazem pensar na idade mental de alguns deles, acabam por alimentar minha pressa para escrever seja o que seja, contudo processo criativo não pode ser apressado, quanto mais você força , mais precisa, menos parece que ele está pronto.

Ou será que não?

Um amigo meu em uma discursão me fez ter um ponto de vista sobre o uso de IA como ferramenta para ideias, para indexar necessidades e formatar textos, dando as especificidades certas a ferramenta e falando sobre suas necessidades com clareza em forma de comandos o suficiente ela serviria como uma calculadora de ideias que poderia sintetizar de maneira satisfatória seus pensamentos em forma de texto, em suma, uma calculadora de ideias, uma ferramenta semelhante a calculadora para uma disciplina não exata como a escrita.

Meu exercício particular dessa ideia veio em dois posts, os dois com o mesmo tema, mais com forma e substancia notavelmente diferente, posso dizer que o IA no futuro possa servir como calculadora de ideias de fato mais no momento, parece crua ainda para tal uso devido ao que meu próprio experimento me revelou.

Entre as vantagens da IA percebidas estavam principalmente a velocidade em comparação ao processo de pensamento e escrita por digitação, os tópicos surgem velozmente e permitem revisão rápida, a formatação aparece relativamente organizada, bom , pelo menos melhor que a minha com certeza e existe uma discursão aqui sobre geração de ideias , não exatamente organização das mesmas, pois a forma crua do texto organizado pode servir para ajudar a superar bloqueios, talvez use novamente para me ajudar a formatar textos, mais na formação dos mesmos vi alguns problemas. Os ajustes através dos comandos davam pouca diferença no resultado final sendo necessário curar o texto de modo que mesmo tendo criado por IA 80% precisou ser curado, a IA apresenta erros factuais como apresentar algo sob uma ótica dualista que na verdade não existe, mesmo com edição humana o texto pareceu genérico e raso porque eu não quis o reescrever do zero apenas mantendo a linha central de pensamento da maquina e na eventualidade de gerar algo profundo por simples força da aleatoriedade ela surge sem contexto com relação ao restante do texto.

Em minha experiência a IA demonstra alguns usos para encurtar alguns caminhos mais para criação de textos em um exercício puramente criativo e não acadêmico ela possui carências visíveis que não deve substituir a visão humana tão cedo.

Convido aqueles com paciência para o exercício, a ler os 2 textos e me falar pessoalmente suas impressões de ambos.

Masmorra Bagunçada

 Fadas Como Representação do Medo da Floresta

Quando eu era mais novo, se tornava comum imaginar que as sombras da sala onde eu dormia à noite, eram criaturas que não deveriam estar lá. Ainda que eu não tivesse medo do escuro propriamente dito, minha imaginação sempre me pregava peças quando ficava acordado tempo demais, lendo apenas com a luz do poste a frente de casa ou ate mesmo das luzes de casa quando sentia que meus pais não iriam notar, que eu poderia ficar acordado ate muito mais tarde. Tenho historias estranhas de perda de sono que me custaram alguns ferimentos por estar desatento pelo dia, um arranhão profundo em uma perna que virou uma feia cicatriz que durou anos para diminuir e que por muito tempo parecia um feio verme subindo por minha perna, contudo isso me levou a uma familiaridade com uma sensação que acredito que a maioria das pessoas não está realmente acostumada, a de estar no escuro cercado por mistério e você tem apenas uma fonte de luz com você, ao redor um mar negro que parece que não existe.

Quem pode dizer o que é possível
encontrar em uma mata sombria

Muitos diriam que a sensação é terrível, que é aterradora, não ver o que está a sua frente causa um desconforto impar, suas mãos se estendendo em direção ao escuro para agarrar nada ou para agarrar algo que você não imaginava que estava ali, ser visto sem ver é um medo muito explorado, mas sabe, talvez por normalmente essa situação estar sempre em minha casa eu não sentia um terror tão primal quanto eu já ouvi de amigos que corriam para a cama por medo do corredor escuro após usarem o banheiro, não, minha primeira experiência com o medo da noite foi em uma caçada que durou demais, vivo em uma região de mata e era comum fazer visitas aos ermos e quando mais jovem cheguei a viajar bastante, em uma dessas viagens me vi sozinho em uma réstia de floresta, levando em consideração a região onde vivo, fragmento da mata atlântica e era lua cheia, com a cabeça cheia de lendas e superstições eu afirmo, ver o suficiente para que as imagens a sua frente estejam distorcidas pela luz, para mim foi muito pior que não ver nada, com frequência eu via rostos sorridentes entre arvores, com frequência eu via mãos se movendo atrás de troncos e pernas erguendo moitas, episodio de terror noturno, qualquer um pode explicar logicamente, mais levando isso em consideração não é de se surpreender que existam tantas lendas sobre as florestas e algumas que por sua idade sejam mencionadas em lendas seculares.

Por Trás das montanhas, por entre os caminhos, ninguém ousa caçar por medo dos homenzinhos - disse o homem na barraca para o grupo de aventureiros enquanto apontava para a serra próxima rodeada por uma frondosa floresta - ninguém vai para lá, ninguém volta de lá.

Locais selvagens são locais de medo, de terror, visto como locais encantadores ligados ao natural, muitos esquecem que é um domínio além do homem e que não se pode esperar prever tudo que se pode encontrar, dentro desse imaginário, Fadas do folclore Europeu, não no padrão Disney mais algo próximo dos Sidhe surgiram para encarnar o medo do desconhecido, o medo do selvagem e o medo da floresta, surgindo como seres ambíguos devido a própria natureza de dependência, cooperação e medo que o homem tem com a natureza, em uma sociedade tão fechada quanto seria uma vila medieval é necessário manter o rio limpo, pois se tem poucos locais para conseguir agua, então não se joga corpos na agua ou se caga no rio, é de interesse manter as terras boas então você não envenena o solo, mas é imprescindível manter a floresta longe, justificando queimadas ou atitudes mais enérgicas como devastação de áreas inteiras com troncos sendo retirados pela raiz pela força de cavalos.

Era um equilíbrio difícil e muito frágil,  o homem gostava de comer coelhos, gostava de colher as amoras selvagens, mas se embrenhar muito na floresta significava morrer e a morte podia vir por lobos, leões, cobras, simplesmente se perder em meio a caminhos estranhos e esses existem, caminhos que parecem criados por alguém mais que ninguém de duas pernas realmente andou por eles.

Para racionalizar tudo isso, criar formas de ensinar as crianças e dar forma ao próprio medo o ser humano criou um folclore denso com duendes, anões, gnomos e goblins o ser humano criou as fadas. Dando forma ao seu medo o ser humano conseguiu criar rituais, reais ou não, para tentar afastar o que era ruim e atrair o que era bom, porque em tempos de trevas o mal podia vir de locais onde era impossível se evitar.

“Ah, mas você precisa viajar pela floresta de novo e de novo… - disse a velha senhora para mim -  Você precisa ter a sorte de evitar o lobo todas as vezes… Mas o lobo… o lobo só precisa de sorte uma vez.”

Em cenários de RPG contudo esse medo pode ser real, a floresta ao redor da vila pode ter lobos que sabem falar, pode ter goblins com botas de ferro, caminhos que se movem quando percorridos uma vez para nunca mais voltar fazendo com que seus viajantes se percam em outros mundos.

Eu vi um homem de rosto borrado
com um cavalo de palha, EU JURO

Usar historias como Rip Van Winkle que sumiu por 1 dia e na verdade esteve fora por 50 anos, como a bruxa canibal que possui uma casa de doces em João e Maria, Colinas em volta de círculos de cogumelos que uma vez percorridas a pessoa nunca volta, as historias que os ratos da cidade comem segredos.... e dentes humanos....historias onde por brincadeiras seres zombeteiros trocam os corpos de pessoas com animais, fazem promessas falsas, sequestram todas as crianças de uma cidade com uma musica hipnótica ou oferece desejos em troca de vence-la em um jogo de esconde-esconde. As possibilidades são muitas embora as pessoas estejam acostumadas demais a usarem combates contra goblins a lá goblin slayer e encontros com bandidos, mas se os goblins dessa vez não forem monstrinhos canibais? se eles estiverem sumindo com crianças para dentro de tocas de camundongos que dão para outro mundo? Tudo pode ser belo, assustador e incrível basta pensar fora da caixa.

“Mas os adultos nunca nos ouvem em nada e nunca acreditam na gente quando contávamos sobre a voz úmida e suave que vem de dentro do poço.”

Ideias concretas para seres e monstros muitas vezes escapam da visão dos rpgistas, pessoas são afinal, limitadas por suas experiências e melhor imaginamos aquilo que já temos uma base para pensar, assim apresento algumas ideias para antagonistas envolvendo fadas, para que criem suas próprias aventuras, as ideias contudo, como já expliquei em alguns postas viram sem uso de fichas não apenas para evitar limitações como para que você mesmo tente exercitar um pouco seu cuidado para com seu grupo e tentar criar algo para eles a partir do que você lê.

A Senhora dos Espinhos

“Ela não fala. As rosas ao seu redor falam por ela.”

Uma figura sutil e alta, dizem que é uma mulher mais ela apenas anda pelos caminhos vestida com um manto de folhas, alguns acreditam que seja uma druida, outros uma bruxa élfica, um bêbado local que fugiu dela jura que ouviu flores que surgiram ao redor dela falarem enquanto ela lentamente retirava o manto, ouviu elas falarem de bênçãos e prometerem dadivas mas em terror ele fugiu antes mesmo dela retirar o manto, alguns dizem que ela pune aqueles que causam dano as florestas, se ela faz por missão imposta, bondade ou por algum motivo escuso ninguém sabe.

A Dama dos Reflexos

"Eu já fui na casa da velha senhora, eu podia jurar que vi alguém no espelho quando olhei de canto de olho"

Uma velha mulher gentil e solicita, faz doces para crianças e sempre esta ajudando a vizinhança, mas estranhamente ninguém lembra de uma época onde ela era jovem. Nem os mais velhos se lembram de um tempo onde ela não estava na vila e a cada 7 anos como se fosse uma praga lançada na pequena cidade, uma criança some.

A Triade

"O julgamento foi feito.... CULPADO"

Uma triade sombria que captura pessoas andando pela mata, pegando homens e os punindo de maneira estranha e anormal, esses homens voltam com feições ferais, com mandíbulas ou patas de animais como cães e porcos, com os pés e as mãos trocados ou transformados todos em esquerdos ou direitos de si mesmos, em alguns casos um corpo enforcado em vinhas ou crucificados em uma arvore as vezes aparece, alguns creem que eles estão punindo humanos baseados em leis não humanas, que seriam impossíveis os infratores conhecerem.

Masmorra Bagunçada

 Fadas como Representações do Medo da Floresta (IA)

Ao contrário da imagem moderna e infantilizada das fadas como criaturas delicadas e benevolentes, a tradição folclórica europeia as retrata de maneira bem mais ambígua — às vezes sombrias, caprichosas ou até perigosas. Dentro desse imaginário, as fadas podem ser vistas como manifestações simbólicas dos medos humanos em relação à floresta, um ambiente historicamente percebido como misterioso, inóspito e incontrolável.

O medo da floresta é tal
que em jujutsu possui representação
em uma maldição


Durante séculos, a floresta foi um território liminar: nem totalmente civilizado, nem completamente selvagem, carregado de sombras, sons estranhos e trilhas que se perdem. Era o lugar onde as leis humanas pareciam não ter alcance, e onde a natureza ditava suas próprias regras. As fadas, surgem como entidades que personificam esses aspectos imprevisíveis e perigosos da floresta — seres que encantam ou punem, que podem perder viajantes, trocar crianças por “changeling” ou castigar os que desrespeitam o espaço natural.

O caráter volúvel das fadas — ora generosas, ora cruéis — reflete o modo como os antigos enxergavam a floresta: bela, sim, mas cheia de armadilhas. Ao projetar essas emoções nas fadas, os povos antigos conseguiam dar forma ao medo do desconhecido. Ao mesmo tempo em que encantavam, as fadas alertavam: a floresta não é lugar para os desavisados.

Assim, as fadas são, mais do que seres mágicos, metáforas vivas da relação complexa entre o ser humano e a natureza selvagem. Elas representam o fascínio e o receio diante do que não se pode controlar, lembrando-nos que a beleza da floresta muitas vezes esconde perigos profundos — e que, ao adentrá-la, entramos também no terreno do mistério e do inconsciente.

O medo da floresta e o simbolismo das fadas podem ser usados em um RPG para criar atmosferas ricas, tensas e misteriosas se você quiser um jogo mais voltado para o terror, o suspense ou o fantástico sombrio. Aqui vão algumas ideias de como integrar isso:

1. AMBIENTAÇÃO: A FLORESTA COMO PERSONAGEM

Transforme a floresta em algo quase vivo. Ela muda de forma, engole caminhos, emite sussurros. Personagens podem sentir que estão sendo observados, mesmo que ninguém esteja lá. Você pode usar:

  • Sons estranhos à noite.

  • Trilhas que somem quando tentam voltar.

  • Plantas que crescem rápido demais ou parecem se mover.

2. FADAS COMO ENTIDADES AMBÍGUAS

Esqueça a fada da Disney. Inspire-se no folclore celta, eslavo ou nórdico. Fadas podem ser belas e encantadoras, mas extremamente cruéis se ofendidas. Algumas ideias:

  • Uma fada troca um bebê humano por um changeling (Talvez uma criança fada, fraca e doente que precise dos cuidados humanos que eles não querem dar ou talvez apenas um tipo de parasitismo estranho a lá cuco).

  • Um jogador aceita comida de uma fada e fica preso na floresta por 100 anos sem perceber.

  • Uma fada oferece ajuda, mas cobra um preço — algo que só revela depois.

3. SISTEMAS DE TENSÃO E LOUCURA
"Os lobos da mata, o estranho eremita
os sons que vem das arvores no
escuro, tudo pode ser ponto de tensão"

Crie mecânicas ou use sistemas que simulem medo, sanidade ou corrupção. Por exemplo:

  • Toda vez que alguém dorme na floresta, faz um teste de Vontade. Se falhar, tem sonhos perturbadores e acorda mais paranoico.

  • A floresta influencia a mente, fazendo os personagens se esquecerem de por que entraram lá.

4. MISSÕES COM DUALIDADE MORAL

Fadas são ótimas para dilemas morais. Elas não seguem a lógica humana. Missões podem incluir:

  • “Resgatem a criança levada pela fada, mas ela agora quer ficar lá.”

  • “Tragam a ‘erva das visões’ da clareira proibida — mas uma fada vigia o local, e ela está dormindo.”

5. ELEMENTOS DE HORROR FOLCLÓRICO

Use o medo da floresta como um terror primitivo e psicológico. Ao invés de monstros, explore:

  • Tempo e espaço distorcidos.

  • Presenças invisíveis.

  • Maldições de longa duração (quem colhe uma flor da floresta começa a definhar).

EXEMPLO DE CENA PRONTA (Gancho de RPG)

"A Travessia de Oakhollow"

Encarar a floresta selvagem è encarar o desconhecido

 Os aldeões pedem ajuda: uma jovem sumiu ao atravessar a floresta de Oakhollow, onde dizem que “a rainha das folhas secas” desperta a cada ciclo de lua nova. Muitos acreditam que ela é apenas uma lenda… mas outros ouvem risadas finas entre as árvores.

Os jogadores devem entrar, mas a floresta parece viva — e quanto mais eles se aprofundam, mais memórias começam a desaparecer.