Powered By Blogger

domingo, 17 de agosto de 2025

Dolmenwood

 O Banquete no Pântano de Murkmire

Três viajantes andavam na estrada leste a passos pesados e cansaço visível, o pântano de Murkmire era a travessia final para chegarem a vila de Mossfen, não havia caçadores que as vezes ajudam os viajantes a atravessarem o pântano, não havia sinal de guerreiros ou mesmo frades fazendo a passagem nesses dias, o pântano parecia especialmente selvagem devido aos dias de chuva ininterrupta que seguia os três peregrinos em seus calcanhares.

Observando onde a estrada era engolida pela agua com cheiro de folhas podres o trio parecia ponderar o que fazer e o mercador Brenwick balançava a capa tentando se aliviar do excesso de agua enquanto fala.

 - Certo, ou atravessamos aqui ou a volta pelo pântano dura duas semanas.

"Façamos um acordo"

Desnecessário dizer que ninguém queria dar a volta, mas ninguém queria atravessar Murkmire sem guias, o pântano era perigoso afinal, Tilda a cozinheira surpreendeu os demais enquanto se dirigia para uma arvore caída e começava a colocar sobre ela alguma comida, um pão de sevada tão duro que parecia uma pedra, uma roda de queijo tão curado que poderia durar um século, foi Torric o alquimista do grupo que perguntou.

- O que esta fazendo? - Com um tom mais inquisitivo do que curioso, Tilda lhe respondia.

- Ouvi historias do wyrm do pântano de Murkmire, se ele for como dizem é possível negociarmos passagem segura - Tilda se erguia após posicionar os alimentos e estufava o peito falando alto em bom tom - Ao convidado...

- Não acho que ele virá - Diz Torric enquanto Tilda permanecia apreensiva olhando para a agua, no inicio, silencio.

Ondas circulares surgiam na agua, lentas e espaçadas antes de uma grande cabeça se erguer do pântano, a luz parecia morrer aos poucos enquanto mais da criatura se revelava e logo estava de frente para o trio com seus olhos vítreos brilhantes, o wyrm viu os viajantes tremendo diante dele, viu a oferenda e de maneira cuidadosa ele se deitava a frente da mesa, "nunca se pode confiar demais nas feras de duas patas" pensou rapidamente antes de falar.

- Me servem comida. Comida humana.... porque? - A voz era gutural e estranha, cheia de sons que lembravam um fluxo de agua, como se a boca de um rio estivesse falando.

Queremos atravessar seu pântano e achamos que seria de bom grado começarmos com comida - ela escolhia bem as palavras "seu pântano" não fora acidental, a criatura parecia tocada pelas palavras, suas garras seguravam o pão e o queijo e levavam a boca gigantesca, um sorriso surgiu no rosto do monstro que fez Brenwick vacilar dando passos para trás.

- Gosto singular - Falava a criatura - Fumaça e lagrimas salgadas, muito saboroso - Se apoiando melhor o monstro mais confiante dizia - Atravessar meu pântano iram, por um preço, cada um de vocês ira me ceder um sonho, um único sonho.

Aquilo era tão estranho que houve excitação, silencio ate Torric se manifestar - E se tomar de nós um sonho importante? 

- Todos os sonhos são importantes - Respondia o wyrm rapidamente - Cabe a vocês ponderar se a vida que possuem vale mais.

Se vendo sem escolha os viajantes concordaram, o grande wyrm respirou sobre suas cabeças e cada um deles sentiu que perdeu algo em sua mente, um lugar bom, quente, familiar deixou de existir e no lugar dele uma sensação incomoda de que algo precioso foi roubado.

A estrada então surgiu do pântano, a agua recuava ate a nevoa parecia afinar, passagem segura fora conseguida e o trio, com um passo a frente do outro adentrou Murkmire e o wyrm submergiu. Talvez alguém que passasse lá depois poderia ouvir ouvir os sussurros da serpente "o da moça tinha um campo com flores azuis, o alquimista tinha uma grande e larga biblioteca sem, o mercador covarde sonhava com pão quente e sala confortável".

Nenhum comentário:

Postar um comentário