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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O Mestre Da Masmorra

Dark Souls, Cenário Inadaptável?


Junto ao fogo se encontra a paz, o mundo ao redor esta caindo, todos estão morrendo violentamente sendo possível ouvir o grito das vitimas cortando as trevas, não importa, junto ao fogo se encontra a paz.

Tentei recentemente adaptar dark souls para rpg, tentei diversas vezes traduzir o sentimento conflitante, esperança e desespero numa valsa triste em que o cenário joga aquele que se aprofunda, com a tragedia sendo a regra e os poucos fins felizes são engolidos pela enormidade das trevas que lentamente recobrem o mundo, o destino é inexorável? é impossível lutar contra o final dos tempos ou os homens possuem a força para impedir o fim do fogo? ou estão apenas se apegando a fraqueza? a era das trevas é a era dos homens afinal, o tempo em que a força dos homens chegará ao seu auge, ou isso também é uma mentira assim como essa era de luz que se prolonga artificialmente? são duvidas que fazem o cenário maior que o próprio jogo que o comporta, em verdade, por mais que dark souls possua uma jogabilidade que atrai, sem essas grandes questões ele não teria feito o sucesso que fez, sem essas duvidas, sem as tragedias e finais que se perderam, tais fatos foi o que me fizeram tentar adapta-lo a rpg e tais características são as que me fizeram desistir depois de duzias de textos inacabados onde sempre faltava algo, que eu não sabia o que, os textos não conseguiam passar os sentimentos que tive ao ler historias apenas citadas por cima em itens no jogo, historias de salvadores nascidos de túmulos, sobre o fim da humanidade, sobre abraçado, aceita-lo ou lutar contra ele, sobre almas de deuses e homens, mistérios, filosofias e historias inacabadas que por meses me fizeram sonhar com fogo ate que a resposta chegou a minha mente, talvez não satisfatória ou mesmo real, escrever sobre o jogo de dark souls o descrevendo como cenário de rpg não é possível, não se o objetivo por passar a mesma sensação do cenário, porque o jogo não esta na historia escrita do mundo e sim em suas características, reinos nascidos de reinos caídos, o mundo se erguendo na tragedia do anterior, a vida eterna como maldição e a morte como alivio, o destino daqueles que se tornam vazios, privados de si mesmos, destino pior que morrer, pois mesmo morto você ainda é você, e vazio você não não existe. Tais características eu tentarei abordar nesse texto, então aos que vão ficar comigo, vamos atravessar a parede de nevoa e acolher a morte.

O Fogo Apaga

A era da luz, a era dos deuses é uma vela moribunda que precisa de combustível, ninguém sabe dizer o que vai vir depois, muitos nem mesmo ousam pensar no que pode vir depois, essa é a característica principal de dark souls, o mundo vai acabar isso é inevitável, você não pode impedir por mais poderoso que seja, você só pode adiar e ainda assim estará preparado para pagar o preço? num cenário que segue os preceitos de dark souls esse tema deve ser martelado na cabeça dos jogadores mais também deve ser visto de maneira orgânica no cenário, os npcs devem falar sobre isso, alguns temendo e outros aceitando o fim, alguns podem lutar para impedir o fim ou adianta-lo, e alguns devem tentar convencer os jogadores sobre qual caminho é o certo, o final do mundo deve pesar sobre os personagens seja de maneira positiva ou negativa, o destino dos npcs deve espelhar essa sina e caso os personagens sejam retirados desse clima devido a alguma historia diferente ou um bom acontecimento que os faça se aproximar da alta fantasia clássica, o cenário os deve trazer de volta para a sina da era em que vivem, o que nos leva a próxima característica.

Tragedia é a Regra

Mesmo os deuses se sacrificaram para estender a era da luz, uma era dos deuses vazia de divindades, a morte do ultimo deus da linhagem de Anor Londo no ultimo jogo da serie é mais que parte da historia do jogo é um simbolo que a tragedia atinge qualquer um e ninguém esta imune, claro existem npcs no jogo que tiveram finais felizes, ou relativamente felizes ainda mais para o cenário, mais essas raras historias felizes são pontos de luz que devem ser ressaltadas aos jogadores como belas historias ou lendas, pois o que deve ser mostrado a eles , ou o que mais deve se destacar, é a tragedia, covardia punida com morte indigna ou nem isso, com o covarde sendo despido da própria humanidade, tiranos manipulando seres mais fracos ou mesmo mais fortes e conseguindo com isso grande poder e destaque, contudo sentando em tronos vazios, onde ninguém esta perto para estender a mão no momento que se precisa de ajuda pois eles não fizeram aliados verdadeiros, grandes heróis que seguiram seus juramentos, seus destinos ou suas sinas com dignidade ate o amargo fim, mesmo que esse fim, ate o ponto em que não resta aos aliados nada alem de dar ao amigo uma morte digna de quem ele foi. nem todas as mortes precisam ser memoráveis, num cenário em que elas são tão comuns muitas vezes ela se torna banalizada, contudo para aqueles que vão demonstrar a tragedia que permeia o mundo devem ser sentidas e o mestre deve se assegurar que elas serão lembradas.

O Efeito e Peso do Medo

Outro ponto em que Dark Souls se destaca é em como o destino do mundo e das pessoas afeta seus npcs, e tal demonstração afeta os jogadores, isso pode ser facilmente passada para o rpg em qualquer cenário e caso recriar o clima de dark souls seja o pretendido isso é essencial, os "crestfallen knights" que aparecem em todos os jogos da franquia são o primeiro exemplo que posso citar, aqueles que tentaram seguir o caminho pelo qual o jogador seguirá contudo eles desistiram, sínicos sobre a própria força e sentindo o peso do final dos tempos sobre os ombros eles desabaram sobre a pressão e escolheram sentar-se e ver o mundo acabar ao invés de agir, existem aqueles que são ligados a alguem, que muitas vezes esta perdido, desaparecido ou é indefeso para existir sozinho nesse novo mundo em que a luz é uma dadiva cada vez mais rara, e que alguns que possuem a força e capacidade de lutar estão roubando a luz dos outros, tal destino não deve recair sobre seus protegidos e para mante-los longe dos perigos da era das trevas que esta se aproximando seus guardiões estão dispostos a tudo inclusive em se banhar com o sangue dos amaldiçoados que se aproximarem demais, e claro por fim e não menos importante existem aqueles que buscam a luz dos outros, psicopatas que só buscam o próprio bem estar e não possuem empatia com os outros? Pessoas com tanto medo de perderem a si mesmas pela maldição dos mortos que estão dispostas a jogar outras no mesmo inferno que buscam evitar? Vazios que continuam a lutar porque é a coisa mais familiar a eles? Loucos que matam os outros em busca de poder, nem tanto para evitar a maldição dos mortos, mais para possuir força o suficiente para ir contra ela e tentar mudar o destino do mundo? Tudo isso com certeza e ainda mais,  tantos motivos quanto necessários para manter coerente com a historia que você tem montado para o mundo, e tais npcs mostraram aos jogadores as formas como a maldição dos mortos afetam as demais pessoas e como eles a enxergam.

"Sua vida pela vida"


Tema a Marca Negra, Tema a Vida Eterna

Citei varias vezes a maldição dos mortos, o destino que espera todos os homens em dark souls, contudo não tinha falado sobre ela ate então, o esvaziamento de si mesmo, aquilo que mesmo o mais poderoso guerreiro deve temer. A maldição da vida eterna, a vida eterna é vista como dadiva em muitos cenários, em dark souls não, a vida eterna é o decaimento da lucidez, a mente do vazio desaparece a medida que sua alma vai se esvaindo de seu corpo, um destino cruel que joga os amaldiçoados ao campo de batalha, destinando-os a uma eternidade de violência, pois a única forma de impedir que você suma na escuridão da própria mente é roubar as almas dos inimigos, diante de tal destino existem vilões e heróis? quão leal pode ser um coração para escolher tal final? lentamente se perder, esquecer de tudo enquanto sua mente e sua carne decai, em sua pele a marca negra mostra a todos que você é um morto vivo, não é algo que de para esconder, para remediar parcialmente esses efeitos basta empunhar a espada e coletar as almas dos derrotados, você escolheria o esquecimento ou iria trair seus aliados em busca das almas deles?

O Destino dos Escolhidos

Por fim, chegamos ao ápice, a escolha final que os jogadores devem encarar, alimentar a chama com as próprias almas ou deixa-la apagar, manter a chama acessa quando ela estava prestes a apagar ira afastar a maldição dos mortos do mundo, aqueles afetados pela marca negra poderão finalmente morrer como pessoas normais e o mundo poderá se recuperar das trevas que caíram sobre ele e caminhar na direção da luz, ou deixar a chama apagar , jogará o mundo nas trevas finais em que todos deveram encarar a verdadeira face da humanidade e aceitar seu destino como vazios, sacrificar a si mesmo para que todos possam se livrar da maldição, sua vida pela vida, ou reinar em um mundo escuro e morto em que todos vão eventualmente perder a mente, apesar de aparentemente só existir uma escolha não é verdade e não existem escolas certas ou erradas aqui, pois tecnicamente a era das trevas é natural e já deveria estar aqui, onde estender a era da luz é apenas manter vivo um cadáver que já mal respira, apenas uma maneira de viver uma doce mentira ao invés de encarar a realidade dura, que as trevas precisam ser encaradas, seja abraçando a escuridão, ou colocando o mundo em chamas.

Considerações Finais

Jogos com tais elementos carregam o principal de dark souls, sua alma, perdoem o trocadilho infame, mais é o mais próximo que posso ilustrar isso, onde muitas vezes narrei em cenários diferentes mais com essas características neles, claro, modificadas para acomodarem-se ao cenário, que ficaram "mais dark souls" que apenas tentar narrar no cenário apresentado nos jogos, seguindo as ideias desse texto , os que procuram narrar jogos baseados nessa grande franquia terão mais sorte do que apenas tentar lançar seus jogadores contra Artorias e os matar repetidas vezes, então oremos ao sol enquanto descemos as trevas e nos preparamos para a luta que vai marcar o fim da humanidade pois a morte é um dia que vale a pena viver, e isso nunca foi tão verdade quanto em dark souls.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

O Mestre da Masmorra

O mundo cai em sombras antigas de outrora, diante de manifestações nos EUA que deixam meu coração pesado, eu deixo um discurso de um grande homem do passado, para que, pelo menos eu ainda consiga me sentir bem por ser humano de manha, e espero ajudar alguém com isso também.




A espaçonave estava bem longe de casa. Eu pensei que seria uma boa idéia, logo depois de Saturno, fazer ela dar uma ultima olhada em direção de casa.

De saturno, a Terra apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe, nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um “pixel” solitário, dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria: Planetas vizinhos, sóis distantes. Mas justamente por causa dessa imprecisão de nosso mundo assim revelado valeria a pena ter tal fotografia.

Já havia sido bem entendido por cientistas e filósofos da antiguidade clássica, que a Terra era um mero ponto de luz em um vasto cosmos circundante, mas ninguém jamais a tinha visto assim. Aqui estava nossa primeira chance, e talvez a nossa última nas próximas décadas.

Então, aqui está – um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas, e um fundo pontilhado de estrelas distantes. Por causa do reflexo da luz do sol na espaçonave, a Terra parece estar apoiada em um raio de sol. Como se houvesse alguma importância especial para esse pequeno mundo, mas é apenas um acidente de geometria e ótica. Não há nenhum sinal de humanos nessa foto. Nem nossas modificações da superfície da Terra, nem nossas maquinas, nem nós mesmos. Desse ponto de vista, nossa obsessão com nacionalismo não aparece em evidencia. Nós somos muito pequenos. Na escala dos mundos, humanos são irrelevantes, uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal.

Considere novamente esse ponto. É aqui. É nosso lar. Somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todos de quem você já ouviu falar, todo ser humano que já existiu, viveram suas vidas. A totalidade de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e plebeu, cada casal apaixonado, cada mãe e pai, cada crianças esperançosas, inventores e exploradores, cada educador, cada político corrupto, cada “superstar”, cada “lidere supremo”, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali, em um grão de poeira suspenso em um raio de sol.

A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pense nas infindáveis crueldades infringidas pelos habitantes de um canto desse pixel, nos quase imperceptíveis habitantes de um outro canto, o quão frequentemente seus mal-entendidos, o quanto sua ânsia por se matarem, e o quão fervorosamente eles se odeiam. Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, em sua gloria e triunfo, eles pudessem se tornar os mestres momentâneos de uma fração de um ponto. Nossas atitudes, nossa imaginaria auto-importancia, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no Universo, é desafiada por esse pálido ponto de luz.

Nosso planeta é um espécime solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda essa vastidão, não ha nenhum indicio que ajuda possa vir de outro lugar para nos salvar de nos mesmos. A Terra é o único mundo conhecido até agora que sustenta vida. Não ha lugar nenhum, pelo menos no futuro próximo, no qual nossa espécie possa migrar. Visitar, talvez, se estabelecer, ainda não. Goste ou não, por enquanto, a terra é onde estamos estabelecidos.

Foi dito que a astronomia é uma experiência que traz humildade e constrói o caráter. Talvez, não haja melhor demonstração das tolices e vaidades humanas que essa imagem distante do nosso pequeno mundo. Ela enfatiza nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, e de preservar e estimar o único lar que nós conhecemos… o pálido ponto azul.

O Mestre da Masmorra

O mundo cai em sombras antigas de outrora, diante de manifestações nos EUA que deixam meu coração pesado, eu deixo um discurso de um grande homem do passado, para que, pelo menos eu ainda consiga me sentir bem por ser humano de manha, e espero ajudar alguém com isso também.




Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício.
Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar a todos - se possível - judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim.
Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio.
Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes.

Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão!

Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos. Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade!

No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah?! O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança.

Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos